Com o tema “Ciência, Educação e Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, a versão estendida e virtual da 72ª Reunião Anual da SBPC, realizada inteiramente de forma virtual, entre setembro e dezembro de 2020, é composta por conferências, painéis, atividades culturais, WEBMinicursos e sessão de pôsteres. As atividades são transmitidas pelo canal da SBPC no YouTube. Todas as informações sobre a 72ª Reunião Anual estão disponíveis no site do evento: http://ra.sbpcnet.org.br/72RA/.
A Abralin participa do evento com duas atividades:
Mesa Redonda
Psicolinguística Educacional: interfaces entre processamento e ensino da linguagem
Data: 05/11/2020 9h
Palestrantes: Márcio Martins Leitão (UFPB) Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (FAPESC) Angela Maria Chuvas Naschold (UFRN)
Coordenadora: Janaina Weissheimer (UFRN)
Esta mesa-redonda traçará inicialmente um panorama de possibilidades em pesquisa experimental em Psicolinguística para então apresentar duas propostas de translação para a educação, ambas implementadas no Nordeste do país: uma sobre a experiência de produzir material didático para um programa de formação em rede na Paraíba no Ciclo de Alfabetização e outra sobre um projeto de intervenção de leitura e escrita que abrangeu mais de duas mil e quinhentas crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de três municípios do estado do Rio Grande do Norte.
Conferência
Data: 04/12/2020 9h
Conferencista: Leonardo W. Lopes (UFPB)
Por muitos anos, os processos envolvidos na produção e percepção da voz foram investigados de modo independente, considerando-se apenas que a percepção auditiva era uma condição necessária ao desenvolvimento da produção da voz e da fala. Nas últimas décadas, os mecanismos de produção e percepção passaram a ser vistos dentro de um circuito integrado de influências mútuas, com desdobramentos que se relacionam ao processamento linguístico e à forma como percebemos marcadores biológicos, indexicais e emocionais do falante a partir das características acústicas do sinal vocal. O grande desafio é compreender quais as propriedades do sinal de voz são mais salientes para que o ouvinte identifique marcadores biológicos, indexicais e emocionais do falante e como tais propriedades são capazes de influenciar em um nível subjacente a forma como os ouvintes processam a informação linguística. Do ponto de vista do falante, os estudos do sinal vocal com utilização da inteligência artificial (aprendizagem de máquina) têm permitido compreender que a voz humana é um dos principais biomarcadores do estado mental, emocional e físico dos falantes. Por outro lado, do ponto de vista da percepção, as pesquisas envolvendo experimentos de processamento linguístico, e tecnologias como a ressonância funcional magnética e os potenciais evocados corticais possibilitaram compreender que o modo como os ouvintes processam o sinal vocal ocasiona desdobramentos nas atitudes e julgamentos do ouvinte nos diferentes contextos de interação. Além disso, as características acústicas do sinal vocal do falante podem demandar um maior ou menor esforço cognitivo no processamento linguístico do ouvinte. A integração entre a linguística (especificamente, a fonética e o processamento linguístico), as neurociências e os métodos de inteligência artificial parecem se constituir em um campo promissor para a compreensão dos circuitos de produção/percepção da voz e suas implicações na comunicação humana, na aprendizagem.